BEBÊS REBORN Causas emocionais e psicológicas
- casadocaminhoaruan
- 27 de mai.
- 2 min de leitura

Uma busca rápida nas redes sociais mostra que conteúdos sobre as bonecas hiper realistas chamadas de "bebês reborn" tem ganhado cada vez mais repercussão.
Com peso semelhante ao de bebês de verdade, fios de cabelo pintados à mão, veias visíveis na pele maleável e aparência incrivelmente realista, as bonecas custam entre cerca de R$ 800 e até mais de R$ 10 mil, dependendo do nível de detalhamento.
Entre perfis de colecionadoras das bonecas e pessoas fazendo role playing (interpretações em que cuidam das bonecas como se fossem filhos reais), o número de vídeos, fotos e depoimentos vem crescendo, principalmente no TikTok e no Instagram.
Há cenas de criação de enxovais, passeios com carrinhos de bebê, trocas de roupa, alimentação com mamadeiras, consultas médicas simuladas e até registros de "aniversários" dos bonecos.
Em alguns casos, as postagens se confundem com a rotina de mães de recém-nascidos, o que tem despertado tanto curiosidade quanto críticas e questionamentos sobre saúde mental, solidão e o papel das redes na amplificação e influência de comportamentos.
A psicóloga Daniela Bittar, especialista em luto perinatal, explica que ainda não é possível afirmar se há, de fato, um aumento no número de pessoas com algum tipo de disfunção afetiva — projetando sentimentos e atribuindo significados às bonecas além do que seria considerado saudável — ou se o fenômeno reflete apenas uma tendência de consumo, uma busca por atenção nas redes sociais, ou mesmo um recorte específico que ganhou visibilidade e dá a impressão de ser mais comum do que realmente é.
Vale também considerar que para uns pode se tratar de um passatempo, como qualquer outro hobby.
"É algo muito novo e parece estar mais focado no Brasil, então por enquanto não temos nenhum estudo científico, nenhum artigo, nada que nos possibilite avaliar de fato o que está acontecendo. Mas podemos considerar possibilidades - e uma delas é a vontade de nutrir relações nas quais temos total controle", diz a psicóloga.
Fonte; Giulia Granchi
Da BBC News Brasil em Londres
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